NÚMEROS
1,8 milhão
de crianças e jovens realizavam trabalho infantil em 2019
21,3% tinham de 5 a 13 anos
66,1% foram identificados com a cor preta ou parda
Dados do IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PnadC, em 2019).
706 mil
mil meninos e meninas de 5 a 17 anos estavam em ocupações consideradas perigosas
10,6%
dos estudantes das classes D e E abandonaram as escolas na pandemia
Pesquisa do Instituto Datafolha
R$ 220 BILHÕES
é a quantia que o Brasil perde, anualmente, com a evasão escolar
Conclusão é do estudo “Consequências da Violação do Direito à Educação”, elaborado pela Fundação Roberto Marinho e o Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa).
1799
denúncias chegaram ao Ministério Público do Trabalho em 2020 relativas à exploração do trabalho da criança e do adolescente. São Paulo, Minas Gerais e Paraná lideram o ranking. Em 2019, foram 2.948 denúncias
“Existe uma priorização do trabalho em detrimento da educação na nossa sociedade. Quando o adolescente está dentro de casa é visto como vagabundo. Muitos querem ir pra escola e sofrem pressão da família para trabalhar, como se a educação não fosse um meio de mudança de vida. A gente precisa desconstruir isso. Ou vamos continuar como um país colonizado”.
Tânia Dornellas, cientista política, assessora do Fórum Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil
“O próprio desengajamento da escola, de se ter a educação como projeto, acaba gerando uma pressão para o engajamento no trabalho. Isso traz impactos severos a curto prazo, mas obviamente compromete também a perspectiva de futuro. O ingresso precarizado no mundo do trabalho limita possibilidades de escolha, contribuindo para a manutenção do ciclo da pobreza e suas múltiplas privações”.
Ana Carolina Fonseca, oficial de programas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil
“Há uma falta de priorização de quem mais deveria ser cuidado neste momento: uma total inversão de valores. Quanto pior a situação de vulnerabilidade, maior é o risco do trabalho infantil e pior tende a ser o tipo de ocupação que essa criança vai exercer”.
Luciana Coutinho, procuradora do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais
“Qual valor a infância tem? Quais crianças importam? Estamos falando de jovens pretos, pobres e periféricos. Parte da sociedade e algumas autoridades consideram o trabalho infantil uma solução, mas ele não é, para ninguém. É uma violação gravíssima, deixa sequelas e precisa ser erradicado”.
Ana Maria Villa Real, procuradora do Ministério Público do Trabalho e coordenadora nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente
licaodecasa.investigacao@gmail.com
